Com o pão na
mão em plena flamenga
Passeio passos
de pessoa molenga,
Um cenário
vasto, penso num olá,
Diria-o a
uma branca morena espanhola
Por ali
trabalha e desprende seu cantante
Onde vou e
venho expandido luminoso
Num céu azul
de nebuloso constante
Em frios
corações e sangue ocioso.
Ficou a meio
a poesia, longe,
Morrendo num
momento lento de sonho
Como um tufão
em clausura de monge
Estoirando a
raiva em chão enfadonho.
Não sou
Alencar nem Ega do Eça
Mas engolir-me-ia
num teatro e seria a peça,
Erguer plenitude
ao alto do palco
E deixar
representar o vulcão Izalco.
E olho do
mais alto desejo
Aprecio o
calor broto da ruína,
Afinal não
sou indestrutível ensejo
Engolido em
lava cinza quente feminina.
António
Sérgio Godinho
24 de janeiro de 2014