sábado, 2 de julho de 2016

O céu não se voa para sempre



Olhei o mundo e vi.
Afinal não estava a ver, voava.

O céu, demais infinito,
não se voa para sempre.

Estendi os braços, as asas,
agarrei a montanha.

No topo vi, pensei ver.
Acendi uma estrela.

Vi, a luz sem sombra,
sem sobra,

Quente, larga imensidão.
Vi! Certamente que vi.

O céu não se voa para sempre

António Sérgio Godinho
25 de Junho de 2016